Lisboa - Sesimbra
A 1ªEtapa da volta a Portugal em BTT, começa em Lisboa, mais propriamente na Torre de Belém.
A Torre de Belém é um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa. Localiza-se na margem direita do rio Tejo, onde existiu outrora a praia de Belém. Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje à terra firme.
Classificada como Património Mundial pela UNESCO, em 7 de Julho de 2007 foi eleita como uma das Sete maravilhas de Portugal.
O começo da etapa foi marcado para as 8horas, do dia 2 de Dezembro de 2007.
Estava uma manhã com um sol maravilhoso e a temperatura rondava os 8ºgraus.
Arrancamos lentamente direitos ao transporte que nos iria levar à margem esquerda do Rio Tejo. São cerca de 3 quilómetros da Torre de Belém ao Cais de Embarque da Transtejo, situada um pouco mais à esquerda do Padrão dos Descobrimentos.
O trajecto é feito por estrada, junto ao Rio.
Existem barcos de hora a hora, sendo necessário consultar previamente o horário. O bilhete da viagem custa 77 cêntimos, com direito a transportar a bicicleta sem qualquer custo.
A viagem é muito agradável. Podemos observar a Cidade de Lisboa, num ângulo diferente do normal, bem bonito por sinal.
O ponto de chegada é a Trafaria.
A Trafaria é uma freguesia portuguesa do concelho de Almada, com 5,83 km² de área e 5 946 habitantes (2001). Densidade: 1 019,9 hab/km².
Fica localizada na margem esquerda do rio Tejo entre o Bico da Calha e o Portinho da Costa. Na Cova do Vapor (uma localidade com casas em madeira, a maioria utilizada como segunda habitação.) dá-se o encontro do rio Tejo com o Oceano Atlântico. Aos habitantes da Trafaria dá-se o nome de trafarienses.
Pegamos na bicicleta e fizemos um pouco de alcatrão até entrarmos em trilhos fechados e bastante rápidos que nos fizeram chegar ao Paredão da Costa da Caparica.
A Costa de Caparica é uma freguesia portuguesa do concelho de Almada, com 10,88 km² de área e 11 707 habitantes (2001). Densidade: 1 076,0 hab/km². Costa de Caparica foi elevada a cidade em 9 de Dezembro de 2004.
Sempre junto ao mar, a paisagem é lindíssima. A brisa fresca, o ar salgado e o barulho do rebentar das ondas, fazem uma conjunção perfeita para que o nosso sorriso seja de orelha a orelha
Aqui os trilhos são substituídos por alcatrão até ao meio da Vila. Depois de poucos quilómetros junto ao mar, passamos a Costa da Caparica e entramos em trilhos rolantes, até à Fonte da Telha. É uma parte em que os trilhos apresentam alguma areia solta, mas em compensação o trilho é um constante sobe e desce suave, tipo montanha russa. A brisa do mar ainda nos acompanha.
Temos a primeira subida do dia. São cerca de 300 metros com um desnível acentuado. É feita por alcatrão que nos vai ligar a Apostiça.
A Apostiça é caracterizada por ser uma zona plana, com muito espaço e apreciada por pessoas que gostam de andar de bicicleta ao fim-de-semana. Também existe atletas que treinam por ali.
Com rectas enormes, ganha-se bastante velocidade média e rapidamente chega-se ao portão de saída que dá para o lado da Lagoa de Albufeira. De referir que a meio da Apostiça, por onde passa o Track, existe uma fonte de agua.
Saímos do portão da Apostiça em direcção à Lagoa de Albufeira, virando à direita. Fazemos alguns poucos quilómetros de ligação por estrada até entramos em trilhos no meio de pinheiros, com bastante areia solta. Passamos por zonas de pick nick, onde se poderá ver no verão família inteiras a libertar o stress naquele espaço maravilhoso.
Depois de passarmos por um lindo trilho na parte de cima da Lagoa da Albufeira, chegamos mesmo junto à agua. A maquina fotográfica é retirada de imediato e as “chapas” são tiradas às dezenas. O sito não parece real. Faz lembrar o Filme Waterworld, onde aparece o actor Kevin Kevin Costner. Agua azul, com barcos de pesca antigos e objectos estranhos no meio da Lagoa, leva-nos a pensar em humanos com barbatanas e peixes com garras.
Lagoa de Albufeira é muito apreciada por quem gosta de desporto de mar. O WindSurf e o KiteSurf dominam os desportos naquela zona.
Rapidamente deixamos a Lagoa e pedalamos a um bom ritmo até à praia do Meco. Aqui podemos descansar um pouco na esplanada da praia. Podemos apreciar alguns petiscos do mar e ingerir uma bebida bem fresca, no caso se for Verão.
Depois do merecido descanso, avançamos a todo gás pelo meio da povoação do Meco. O desnível da Etapa continua pouco acentuado. As pessoas são muito simpáticas e podemos trocar impressões sobre o modo de vida naquela Aldeia conhecida através de um Bar chamado Amo-te Meco.
Voltamos a ver de novo o Mar. As paisagens de cortar a respiração, enchem-nos de vida.
Aqui podemos dizer sem medo uma frase mágica, mencionada milhares de vezes ao nosso ouvido “Amo tanto a vida, que dava a vida por ela”. Obrigada Sandra, por palavras tão simples e tão fortes que nos fazem partir à aventura.
Nas falésias já muito perto do Cabo Espichel, num dia de boa luz, quase avistamos a Estatua da Liberdade. O horizonte é a perder de vista, e os barcos que se observa faz-nos pensar como somos pequeninos, envolvidos na imensidão do Planeta.
Aqui o ar é puro, do mais puro que possa existir. Se o corpo agradece um intervalo ao clima da Cidade, não percam mais tempo, desloquem-se ao paraíso.
Já ao longe avistamos o Cabo Espichel.
Inaugurado em 1790, em 1865 era alimentado por azeite, mudando de combustível em 1886, quando a sua luz passou a ser alimentada por incandescência de vapor de petróleo e, muito mais tarde em 1926 por electricidade.
Ao seu lado temos o Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua também conhecido por (Santuário de Nossa Senhora do Cabo)
À Sra. do Cabo, designação dada a Santa Maria da Pedra de Mua, afluem vários e numerosos grupos de círios (grandes grupos de peregrinos). Foi ao designado Círio Saloio (peregrinos das redondezas da capital) que coube o incentivo da construção do santuário, conforme se pode ler numa lápide junto à porta da igreja: "Casas de N. Sra. de Cabo feitas por conta do Sírio dos Saloios no ano de 1757 p. acomodação dos mordomos que vierem dar bodo".
A paisagem é um pouco estranha. As estruturas estão abandonadas e em decadência. Apesar do sitio ser muito bonito, poderia ser muito mais se o estado Português recupera-se o Santuário.
O Santuário também é expressão de encontros domingueiros de Motoqueiros. Milhares ocorrem todos os Domingos a este sítio para se encontrarem e trocar experiências.
Podem aproveitar e pedir o Menu Bttistas numa das roulottes presentes. São 3€, bebida, bifana e ainda como oferta um café.
Saímos do Santuário, passamos rapidamente no Farol e dirigimo-nos a Sesimbra.
Preparem-se para a parte mais bonita da etapa. Sempre à beira mar, em trilhos de outro mundo. Sem qualquer desnível no princípio e bastante rolante, os trilhos alteram-se radicalmente. A pedra solta aparece e torna a progressão difícil. Passamos agora numa Grande Rota Internacional marcada no terreno.
As subidas são difíceis mas não impossível. Fazemos um single-track bastante fechado, antes de iniciarmos a subida do dia
Quando chegamos ao fim da subida e olhamos para trás, exclama-mos “que beleza”. À nossa frente apresenta-se um quadro lindamente bem pintado, com traços de vários tons de azul.
Falta pouco para concluirmos a etapa. Uma descida vertiginosa de três quilómetros, leva-nos ao destino. É feita por um estradão, mas com uma inclinação bastante acentuada. Preparem os travões por vão precisar deles. A descida é feita rapidamente sempre junto ao mar e acabamos no Porto de Pesca de Sesimbra.
Sesimbra é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Setúbal, região de Lisboa e subregião da Península de Setúbal, com cerca de 5 800 habitantes.
É sede de um município com 194,98 km² de área e 37 567 habitantes (2001), subdividido em 3 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Almada e do Seixal, a nordeste pelo Barreiro, a leste por Setúbal e a sul e a oeste tem litoral no oceano Atlântico.
Em 15 de Agosto de 1201 foi concedido aos habitantes de Sesimbra a Carta de Foral, documento régio que aplica os direitos e deveres.
Foi no reinado de D. Dinis, sexto rei de Portugal, que se criou a Póvoa de Ribeira de Sesimbra, pequena aldeia de pescadores, junto ao mar.
A aldeia cresceu muito e tornou-se vila à época dos Descobrimentos.
Sesimbra passou a ser um importante porto de construção naval e de abastecimentos de embarcações.
Ao fim de um quilómetro, desde o Porto de Pesca, estamos no Forte de Sesimbra e no final da etapa.
Depois de tirar a fotografia da praxe, está na altura de arrumar o material do Btt no apartamento, tomar um banho e partir à descoberta de Sesimbra.
Ficha Técnica da Etapa
Percurso: Lisboa – Sesimbra
Distância: 75 kms
Acumulado. 790 metros
Max. Altitude: 229 metros
Min. Altitude: 0 metro
Dificuldade Física: Media
Dificuldade Técnica. Media
Passa por zonas privadas. Não








